As cinco deputadas da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) subiram à tribuna na sessão desta quarta-feira (27) para defender o projeto de resolução 5/2022, que propõe a criação de uma bancada feminina no parlamento estadual, além da presença na Mesa Diretora.
Inspirada em iniciativas semelhantes que tramitam na Câmara Federal e no Senado da República, será a primeira bancada feminina suprapartidária formalizada em uma Assembleia Legislativa no país.
Maria Victoria lembrou que são apenas cinco mulheres em um universo de 54 deputados, ou seja, elas não ocupam nem 10% das cadeiras na Assembleia Legislativa, mesmo sendo mais de 50% da população.
Da tribuna, citou dados da ONU que comprovam a baixa representatividade feminina: “O Brasil está no fim da fila na questão da representação feminina na política. Somos o número 142 entre 191 nações nesse quesito. Estamos em nono lugar entre os 12 países da América do Sul. Em 90 anos do voto feminino no Brasil, dos 7.333 deputados federais eleitos, só 266 eram mulheres. Temos apenas uma prefeita de capital nas 27 unidades federativas, Cinthia Ribeiro, de Palmas, no Tocantins. Precisamos avançar.”
E prosseguiu: “Infelizmente precisamos recorrer à cota, mas são por meio de iniciativas como esta que no futuro atingiremos nosso objetivo, que é o de termos direitos iguais”.
Procuradora da Mulher na Assembleia, Cristina Silvestri (PSDB) destacou a necessidade de reparação histórica: “Temos 400 anos de atraso. O que estamos pedindo é a maior participação da mulher nas ações da Assembleia. Queremos ser protagonistas da nossa história. A mulher não está em pé de igualdade. E precisamos dessa igualdade. As mulheres não têm a mesma visibilidade, pois a política foi feita para os homens. É muito injusto não podermos participar da política de forma plena”.
Sobre o tema, Mabel Canto (PSDB) afirmou: “Todas nós já sofremos violência política. Por isso queremos garantir que outras mulheres tenham voz perante a Mesa da Assembleia”, destacou.
A proposta também recebeu o apoio de outros deputados, entre eles os que ocupam a cúpula da Assembleia. O presidente Ademar Traiano (PSD) sublinhou que o projeto é “extremamente valoroso” para a Casa. “Foi uma decisão da Comissão Executiva se manifestar em defesa das mulheres”, afirmou.
O primeiro secretário, Luiz Claudio Romanelli (PSD), lembrou que o ambiente na política é extremamente desigual para as mulheres, o que justifica a criação da bancada feminina: “O fato é que temos de construir soluções. Quando veio esta proposta, apoiamos integralmente. O Senado e a Câmara Federal já possuem isso. O que estamos fazendo é uma inovação”, resumiu.
O projeto segue na Comissão de Constituição e Justiça. Na última reunião o deputado Homero Marchese pediu vista, o que adiou a votação do parecer favorável emitido pelo relator, o deputado Tião Medeiros (PP).
Se tem um partido em que as mulheres são bem representadas no Paraná, é o Progressistas. Presidido pela deputada Maria Victoria, o PP tem em suas fileiras a primeira mulher a governar o Estado, Cida Borghetti, além de prefeitas e vereadoras espalhadas pelas cidades paranaenses.
A grande missão do Progressistas é contribuir para a construção de uma sociedade baseada na dignidade humana, que seja justa, livre, democrática, pluralista, solidária e participativa. Quando assumiu a presidência do partido no Paraná em junho de 2018, Maria Victoria se encarregou de mais uma importante missão, a de incentivar a participação efetiva da mulher na política. “Meu maior objetivo é aumentar a atuação feminina e filiar mais mulheres para fortalecer os progressistas, e, mais importante, incentivá-las a participar das eleições do processo político porque a nossa sensibilidade e a inteligência emocional fazem a diferença”, reforça a deputada.
O Progressista foi o terceiro partido mais votado na eleição de prefeitos no Paraná em 2020. A legenda somou mais de 443 mil votos em todos os municípios, elegendo 21 prefeitos, sendo quatro mulheres e duas vice-prefeitas. Além das prefeituras foram eleitos cerca de 300 vereadores, entre eles, 52 vereadoras.
A deputada estadual e presidente estadual do Progressistas, Maria Victoria, destacou os bons resultados do partido em todo estado e diz batalhar para aumentar as candidaturas femininas nas próximas eleições. “Mais do que nunca, temos o direito e condições de participar de forma igualitária nas eleições. Precisamos de mulheres guerreiras, que vão para luta e querem, de fato, sua representatividade dentro da esfera do poder público.”
Uma demonstração dessa busca é o evento de capacitação “Fortalecendo o Futuro”, promovido pelo Mulheres Progressistas em diversas cidades do Estado, que tem como principal finalidade conectar as mulheres da comunidade e conquistar novas afiliadas para o Progressistas. Neste ano, o primeiro encontro aconteceu em Curitiba, para mais de 80 pessoas no Palácio Garibaldi, com a participação de prefeitas, vice-prefeitas, vereadoras e novas integrantes.
As convidadas tiveram a oportunidade de participar de palestras sobre novas estratégias de marketing político, digital, políticas públicas e ações para alinhar avanços tecnológicos com o progresso social e ambiental das cidades. A ideia é oferecer ferramentas que contribuam com as administrações municipais e as tornem mais modernas e eficientes.
“Estamos aqui para trocar experiências e dividir histórias para inovar e avançar. Tudo para fortalecer os laços entre as mulheres da nossa comunidade e convidá-las a se filiarem ao Progressistas, e assim termos cada vez mais vez e voz na política. Juntas somos mais fortes”, explica Maria Victoria. Assim como no Paraná, o Fortalecendo o Futuro deve acontecer em todo Brasil por mais mulheres na política.
A deputada Maria Victoria é estadual, mas sua atuação é voltada à melhoria da qualidade de vida e das condições de trabalho em mais de 100 municípios
Maria Victoria é nascida em Maringá, mora e trabalha em Curitiba, possui uma base concentrada nas regiões Norte e Noroeste, mas dedicou seus dois primeiros mandatos a representar e viabilizar investimentos do Governo do Estado a 103 municípios – um quarto do Paraná.
Desde 2015, ela garantiu quase R$ 200 milhões em investimentos a essas cidades, recursos que foram revertidos em obras e equipamentos dos mais variados. De ambulâncias, viaturas e retroescavadeiras, passando por reformas de escolas e Unidades de Saúde até obras grandiosas, como o Hospital da Criança de Maringá ou a pavimentação da Estrada Beira-Rio, em São Pedro do Paraná, por exemplo.
“Nosso gabinete fica no Centro Cívico, em Curitiba, mas é nas cidades que as pessoas vivem. Por isso eu faço questão de visitar as cidades que a gente representa, para acompanhar in loco a entrega de obras e equipamentos, ouvir e ver de perto as demandas de cada comunidade, além de receber seus representantes toda semana na Assembleia“, descreve Maria Victoria. “Política também se faz gastando sola de sapato na rua.”